Orixás - Sopro Divino na Natureza

A natureza criada por Deus neste planeta representa a supremacia de todo sobre as partes. Todo ser vivo sobrevive nela e com ela, e por ser parte viva da natureza o ser humano interage movido por sua energia dinâmica, a energia do Criador que vibra em reinos específicos e não específicos.

Como reinos específicos podemos citar os rios e cachoeiras, mares, pedreiras, matas e camadas internas e externas do globo. Como reinos não específicos podemos citar o ar, com subdivisões em tempestades, chuvas e ventos, como também os caminhos e percursos existentes sobre a terra, que facilitam o dinamismo natural da vida.

A energia que vibra em cada um desses reinos dá-se o nome de Orixá. Portanto, Orixá é um ser imaterial, dotado da Essência Divina, que se propaga no planeta a fim de direcionar os seres da Criação. Orixá é Deus em nós, é Deus em toda natureza, é a oportunidade de encontrar Deus através de Sua Obra.

Na Umbanda damos nomes aos Orixás através da mitologia africana. Consideramos sete Orixás como básicos: Oxum, Iemanjá, Xangô, Oxóssi, Omulu, Iansã e Ogum.

Os seres humanos, enquanto encarnados na terra, recebem influência de todos os Orixás, porém, apenas um o direciona em todas as encarnações, fazendo parte constante dos seus corpos sutis e influenciando diretamente a sua persona no meio onde vive, a este damos o nome de Orixá Regente do nosso ori (cabeça). O Orixá influencia na personalidade dando características próprias e universais aos seus filhos, assim, pode-se distinguir um filho de Oxum de um filho de Iansã, por exemplo.

Ao lado do Orixá Regente se posiciona o co-Regente, que influencia os filhos em determinadas fases específicas da vida do ser encarnado. Geralmente, esses Orixás principais que nos regem formam um par, isto é, o masculino e o feminino para respeitar a dualidade sexual da personalidade humana, constituída a partir de sua essência espiritual assexuada. O que isto quer dizer? Quer dizer que o espírito errante não tem sexo, este é determinado no momento da sua encarnação. Daí pode-se encarnar em um corpo de homem ou de mulher, diante da necessidade do espírito. O inconsciente, que é a memória espiritual, guarda os registros das experiências do corpo masculino e feminino, desta forma, todo ser humano tem um lado feminino e um lado masculino, daí, justifica-se a atuação do par de Orixás Regentes na coroa dos seus filhos.

O sincretismo dos Orixás com os Santos Católicos se deu, inicialmente, pela necessidade dos escravos negros africanos burlarem às exigências dos seus senhores, no período da escravatura, que proibiam o culto aos seus Deuses Africanos (Orixás). Este sincretismo perdura até hoje, talvez pela necessidade do homem em ter sempre ao seu alcance uma referência material, ao alcance dos seus sentidos físicos.

Orixá é energia sublime em nós! O culto aos Orixás na Umbanda remete ao encontro do Eu interior com o Eu divino. As oferendas aos Orixás são um canal para a sintonia com essas energias, porém, lembremos que mais eficaz do que o elo material das oferendas, é o elo espiritual do amor verdadeiro, da fé, da gratidão e do esforço constante na busca da perfeição moral, que nos aproxima, indubitavelmente, das Virtudes Divinas dos nossos Orixás.

Texto de Ednay Melo